Caesar Kunikov
© Luis Díaz-Bedia Astor, ru.wikipedia.org |
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A escalada de tensão em torno da Síria é acompanhada de ataques maciços de desinformação. Desta vez, o alvo é a Força Naval da Rússia.
“Para a Síria parte o Nikolai Filchenkov com uma companhia de fuzileiros navais e a bordo, o Caesar Kunikov (com a carga igual) e o Kaliningrad (não
se sabe com que)”. “A Rússia, Síria, Irã e China preparam-se para
manobras conjuntas de envergadura no território sírio e nas águas
costeiras daquele país”. Estes e outros comentários do gênero
preencheram meios de comunicação social com citações de fontes competentes anônimas.
O
início à campanha foi dado pela declaração da secretária de Estado dos
EUA, Hillary Clinton, sobre o alegado fornecimento de novos helicópteros
de assalto russos à Síria, enquanto ao país foram devolvidas apenas
velhas máquinas após a reparação, que haviam fornecidas à Síria ainda
nos tempos da União Soviética. O cúmulo foi um comunicado do canal
Al-Arabiya sobre manobras de envergadura com a participação de
destacamentos russos, chineses, sírios e iranianos. Mais tarde, porém, o
website Al-Arabiya publicou um outro comunicado de que a Rússia e Síria
desmentem informações sobre próximas manobras.
Navios concretos tornaram-se heróis das notícias falsas. Os comunicados sobre a partida do Caesar Kunikov rumo
à Síria apareceram a 19 de junho, quando o navio se fez de fato ao mar.
Segundo publicações, o navio teria partido para a Síria. Na realidade, o
Caesar Kunikov zarpou para medir parâmetros de deviação e hoje já regressou à base.
O Nikolai Filchenkov encontra-se em seu lugar comum na base, é perfeitamente visto a partir da costa e não partia para parte alguma nestes dias.
O Kaliningrado, que pertence à Esquadra do Báltico, também foi acusado de orientação síria.
O navio está de fato navegando e, no início de junho, participou nas
manobras internacionais BALTOPS-2012. Após os exercícios, o Kaliningrado partiu para Kiel para participar na tradicional Semana de Kiel, grande festa naval no litoral báltico da Alemanha. De Kiel o navio regressará a Baltiysk.
Um comunicado do Al-Ababiya sobre a partida do porta-aviões russo rumo à Síria não pode ser considerado seriamente: o único porta-aviões russo Admiral Kuznetsov,
que no fim de inverno regressou de uma longa navegação pelo Atlântico e
o Mediterrâneo, encontra-se atualmente na sua base no golfo de Cola no
mar de Barents e terá em breve uma duradoura reparação.
Habitualmente,
os navios militares abandonam frequentemente as bases – centenas de
partidas ao mar são planificadas no quadro da preparação combativa da
Força Naval da Rússia. Evidentemente, agora podemos esperar novas ondas
de comunicados sobre navios russos que teriam zarpado rumo à Síria cada
vez que das bases navais da FR parta algo maior que um rebocador comum.
Entretanto,
o Mediterrâneo, inclusive a sua parte oriental, é uma região
operacional da Esquadra do mar Negro. Se o conflito interno sírio
ameaçar as estruturas russas situadas naquele país, inclusive a base de
Tartus utilizada pela Força Naval da Rússia como ponto de manutenção
técnica, a marinha poderá proteger a vida e segurança do pessoal da
base.
Fonte: ruvu.ru
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