Quando se fala em meio ambiente, logo 
nos vem à mente: aquecimento global, destruição da camada de ozônio, 
desmatamento; temas mais abordados pelos meios de comunicação de massa, 
mas outro aspecto da questão é pouco abordado e discutido.
Os estudos da Biogeografia, ramo 
interdisciplinar da Biologia e Geografia, comprovam que em qualquer 
ecossistema, seres vivos transmissores (os vetores) de organismos 
patogênicos (causadores de doenças) são controlados por seus predadores 
naturais.Conforme mostram os estudos da bióloga Márcia Chame, 
pesquisadora da Fiocruz e da Fundação Museu do Homem Americano, com a 
exploração predatória e consequente poluição e devastação dessas áreas, 
os predadores naturais são extintos, e os vetores se proliferam pelos 
grandes centros urbanos e demais cidades, ocasionando epidemias de novas
 doenças gravíssimas. Esta é a razão das epidemias dos vírus Ebola e 
Lassa na África, fruto da devastação das florestas tropicais africanas 
pelas potências imperialistas (em especial europeias), através da 
atividade predatória de suas indústrias de mineração e extração de 
madeira.
No Brasil, a Caatinga, que abrange 
predominantemente o Nordeste, mas também parte do Centro-Oeste e de 
Minas Gerais, tem sido vítima da devastação de sua flora pela indústria 
carvoeira para alimentar a guerra imperialista do Iraque, isso por que o
 ferro-gusa, matéria-prima do aço das armas de fogo, é obtido em fornos 
de fundição alimentados com o carvão, obtido da queima da vegetação 
caatinguense. Isso sem falar da caça predatória para o tráfico de 
animais. Segundo Aldo José, biólogo especialista em répteis, “só os 
lagartos, por exemplo, tem grande importância no controle da população 
de insetos, muitos dos quais vetores de doenças, como o mosquito Aedes 
aegypti”.
Vale ressaltar ainda a devastação da 
Mata Atlântica pelo agronegócio, que tem ocasionado a proliferação de 
ratos silvestres e consequente surto de hantavírus em cidades do 
interior de Minas, São Paulo e Goiás. O hantavírus é um vírus mortal, 
ocasiona febre hemorrágica, como o Ebola, porém mata a pessoa infectada 
em 48 horas. Na Floresta Amazônica, a devastação das madeireiras, 
mineradoras (Vale do Rio Doce), agropecuaristas (gado+soja e demais 
ramos do latifúndio monocultor) coloca em grande risco a natureza, isto 
porque a floresta possui grande quantidade de vetores de vírus e outros 
microorganismos mortais, mais letais e agressivos que o hantavírus 
supracitado. Cabe citar o vírus sabiá, que já infectou e matou membros 
da população ribeirinha e um cientista brasileiro que o estudava.
Tudo isto mostra o perigo que representa
 o capitalismo para a própria existência da humanidade, e quão 
necessária é sua substituição por uma ordem societária superior. Toda 
esta ação predatória é fruto do caráter anárquico da produção 
capitalista, que tem como razão de ser a reprodução de forma crescente e
 ampliada do lucro individual, que está em flagrante contradição com o 
conjunto do meio ambiente.
Só uma planificação centralizada da 
produção e da sociedade, visando ao bem-estar da maioria, com controle 
consciente dos produtores sobre a natureza, teremos produção e 
distribuição de mercadorias capazes de atender à necessidade de todos, 
ao mesmo tempo evitando o colapso ambiental e o consequente fim de nossa
 espécie. Este novo regime é o socialismo.
AVERDADE
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