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sábado, 23 de junho de 2012

EUA ajudam países vizinhos da Síria a armarem rebeldes contra Assad, diz NYT

  

Jornal norte-americano revela que agentes da CIA escolhem grupos receberão armas pela fronteira da Turquia
    
 
Efe/Sana

Homens do exército sírio observam rastro de destruíção deixado por confrontos com opositores, que são armados pela CIA, segundo o NYT


Um grupo de agentes da CIA, a agência central de inteligência norte-americana, está ajudando a contrabandear armas para os rebeldes sírios pela fronteira com a Turquia. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (21/06) pelo jornal The New York Times. A reportagem indicou a existência de uma rede de apoio à oposição síria, que há mais de 15 meses tenta derrubar o governo de Bashar Al Assad.

Turquia, Arábia Saudita e Catar financiam as armas e os oficiais norte-americanos escolhem para quem o material será distribuído, segundo o jornal. A responsabilidade dos Estados Unidos seria deixar os armamentos longe das mãos de grupos terroristas ou de aliados a Al-Qaeda, contou um oficial norte-americano ao NYT.

Os agentes norte-americanos teriam como objetivo conhecer os diferentes grupos opositores de Bashar al-Assad a fim de estabelecer novas relações de aliança no país, afirmou um oficial de inteligência árabe.
     

A atuação da CIA não se limita a distribuição de equipamentos bélicos, a agência também colabora com a oposição síria providenciando imagens de satélite e outras informações estratégicas sobre as tropas de Assad.

Além disso, o New York Times apurou que os EUA estão considerando ajudar os insurgentes a construir um serviço de inteligência próprio. Apesar disso, a CIA não enviou agentes para dentro do território da Síria, informaram os oficiais ao jornal.

Efe


Os EUA já receberam diferentes críticas sobre sua relação com a oposição síria. No início do mês, a Rússia acusou o governo de Barack Obama de distribuir armas aos rebeldes sírios. Os EUA negaram as acusações, mas reconheceram oficialmente na quinta-feira passada (14/06) que estão fornecendo material de comunicação para os opositores de Assad.

Em agosto do ano passado, o site Wikileaks revelou documento que acusa os EUA de financiarem a oposição ao presidente sírio ao longo da última década. Na correspondência, de fevereiro de 2006, Stephen Seche, diplomata na embaixada em Damasco, afirma que a campanha contra o presidente Bashar Al-Assad inicialmente provocou reações contraditórias entre os membros da oposição local.

Escalada de violência

Nas últimas semanas, a Síria tem visto uma grave escalada da violência no confronto entre os grupos rebeldes e as forças de segurança leais ao governo. Isso ocorreu após as negociações de paz conduzidas pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que acabaram fracassando. Na semana passada, a missão de observadores das Nações Unidas suspenderam suas atividades no país alegando riscos à segurança de seus membros.

Em abril, o regime de Assad chegou a anunciar que havia derrotado “de uma vez por todas” os rebeldes, que chegaram a acenar com a possibilidade de um cessar fogo. No entanto, nas semanas seguintes, os insurgentes se fortaleceram com o recebimento de armamento pesado vindo do exterior. Grupos de empresários sírios no exílio, ajudados por países do Golfo alinhados aos EUA, anunciaram a composição de um fundo de 300 milhões de dólares para apoiar os opositores.

Opera Mundi

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