Jornal norte-americano revela que agentes da CIA escolhem grupos receberão armas pela fronteira da Turquia
Homens do exército sírio observam rastro de destruíção deixado por confrontos com opositores, que são armados pela CIA, segundo o NYT
Um grupo de agentes da CIA, a agência central de inteligência norte-americana, está ajudando a contrabandear armas para os rebeldes sírios pela fronteira com a Turquia. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (21/06) pelo jornal The New York Times. A reportagem indicou a existência de uma rede de apoio à oposição síria, que há mais de 15 meses tenta derrubar o governo de Bashar Al Assad.
Turquia, Arábia Saudita e Catar financiam as armas e os oficiais norte-americanos escolhem para quem o material será distribuído, segundo o jornal. A responsabilidade dos Estados Unidos seria deixar os armamentos longe das mãos de grupos terroristas ou de aliados a Al-Qaeda, contou um oficial norte-americano ao NYT.
Os agentes norte-americanos teriam como objetivo conhecer os diferentes grupos opositores de Bashar al-Assad a fim de estabelecer novas relações de aliança no país, afirmou um oficial de inteligência árabe.
A atuação da CIA não se limita a distribuição de equipamentos bélicos, a agência também colabora com a oposição síria providenciando imagens de satélite e outras informações estratégicas sobre as tropas de Assad.
Além disso, o New York Times apurou que os EUA estão considerando ajudar os insurgentes a construir um serviço de inteligência próprio. Apesar disso, a CIA não enviou agentes para dentro do território da Síria, informaram os oficiais ao jornal.
Efe
Os EUA já receberam diferentes críticas sobre sua relação com a oposição síria. No início do mês, a Rússia acusou o governo de Barack Obama de distribuir armas aos rebeldes sírios. Os EUA negaram as acusações, mas reconheceram oficialmente na quinta-feira passada (14/06) que estão fornecendo material de comunicação para os opositores de Assad.
Em agosto do ano passado, o site Wikileaks revelou documento que acusa os EUA de financiarem a oposição ao presidente sírio ao longo da última década. Na correspondência, de fevereiro de 2006, Stephen Seche, diplomata na embaixada em Damasco, afirma que a campanha contra o presidente Bashar Al-Assad inicialmente provocou reações contraditórias entre os membros da oposição local.
Escalada de violência
Nas últimas semanas, a Síria tem visto uma grave escalada da violência no confronto entre os grupos rebeldes e as forças de segurança leais ao governo. Isso ocorreu após as negociações de paz conduzidas pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que acabaram fracassando. Na semana passada, a missão de observadores das Nações Unidas suspenderam suas atividades no país alegando riscos à segurança de seus membros.
Em abril, o regime de Assad chegou a anunciar que havia derrotado “de uma vez por todas” os rebeldes, que chegaram a acenar com a possibilidade de um cessar fogo. No entanto, nas semanas seguintes, os insurgentes se fortaleceram com o recebimento de armamento pesado vindo do exterior. Grupos de empresários sírios no exílio, ajudados por países do Golfo alinhados aos EUA, anunciaram a composição de um fundo de 300 milhões de dólares para apoiar os opositores.
Opera Mundi
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