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A
  Comuna de Paris foi resultado da luta da classe operária francesa e
  internacional contra a dominação política da burguesia. A causa direta do
  surgimento da Comuna de Paris consistiu no agravamento das contradições de
  classe entre o proletariado e a burguesia decorrente da dura derrota sofrida
  pela França na guerra contra a Prússia (1870-1871). O empenho do governo
  reacionário de Thiers da fazer recair o fardo dos gastos da
  guerra perdida sobre os amplos setores da população originou um podereoso
  movimento das forças democráticas. 
No
  princípio exerceu o poder um governo revolucionário provisório chamado Comitê
  Central da Guarda Nacional, ou seja, um órgão eleito pelos batalhões da
  milícia popular que haviam se formado para defender a cidade contra os
  exércitos prussianos. Porém em 28 de março o poder passou às mãos da
  Assembléia de Deputados do Povo: a Comuna,  
O
  papel governante cabia aos operários, muitos dos quais eram membros da Primeira
  Internacional. Foram proclamadas, também, Comunas em Lion, Marselha,
  Tolouse e algumas outras cidades que, entretanto, existiram por pouco tempo. 
A
  Comuna de Paris destruiu a máquina estatal burguesa (liquidou o exército
  permanente e a polícia, separou a Igreja do Estado, etc) e criou um Estado de
  novo tipo, que foi a primeira forma de ditadura do proletariado da história.
  O novo aparato do poder se organizava de acordo com os princípios
  democráticos: a elegibilidade, responsabilidade e a demissibilidade de todos
  os funcionários e o caráter colegiado da direção.  
Para
  dirigir os assuntos públicos foram criados comissões eletivas que
  substituiram aos antigos ministérios: comissão do trabalho, da indústria e
  comércio, de serviços públicos, de alimentos, da fazenda, da segurança
  pública, da justiça, da educação, de relações exteriores e militar. O
  trabalho das comissões era coordenado por uma Comissão Executiva, que
  posteriormente incluiu todos os presidentes de todas as comissões. Essa
  Comissão Executiva foi substituida, em 1 de maio, pelo Comitê de Salvação
  Pública, órgão executivo superior da Comuna de Paris. Cada membro da Comuna
  se integrou em uma comissão conservando ao mesmo tempo os vinculos com seu
  distrito eleitoral e reunindo-se ali com os eleitores. 
Foi
  desmantelado o velho aparato estatal, se expulsou os burocratas e os altos
  funcionários; se reduziu os vencimentos e o salário dos trabalhadores do
  aparato da Comuna e de seus membros foram fixados proporcionalmente ao
  salário médio de um operário. Os juizes reacionários foram substituidos por
  juizes eleitos. Foram demolidos os monumentos do militarismo e da reação. Os
  nomes das ruas foram substituidos para eliminar os nomes de figuras odiosas.
  Foi eliminada a ajuda financeira do Estado à Igreja.  
Como
  governo da classe operária, a Comuna de Paris, exercia seu poder em benefício
  do povo. Mostrou grande cuidado pelo melhoramento da situação material das
  grandes massas: fixou a remuneração mínima do trabalho, foram tomadas medidas
  de proteção do trabalho e de luta contra o desemprego, de melhoramento das
  condições de moradia e do abastecimento da população. A Comuna preparou a
  reforma escolar, fundamentada no princípio da educação geral, gratuita,
  obrigatória, laica e universal. Tiveram extraordinária importância os
  decretos da Comunsa sobre a organização de cooperativas de produção nas
  empresas abandonadas por seus donos, a implantação do controle operário, a
  elegibilidade dos dirigentes de algumas empresas estatais. Na sua política
  exterior, a Comuna se guiou pelo empenho de estabelecer a paz e a amizade
  entre os povos. 
As
  principais causas da derrota da Comuna de Paris foram: 
1)
  a inexistência das condições econômicas-sociais necessárias a insuficiente
  maturidade da classe operária, que não possuia seu próprio partido político
  aparelhado com a doutrina da luta de classes do proletariado; 
2)
  a heterogeneidade da composição política da Comuna; 
3)
  a ausência de aliança combativa entre a classe operária e o campesinato; 
4)
  o isolamento de Paris das outras zonas do país em consequência do bloqueio da
  cidade pelos versailheses e as tropas prussianas de ocupação. 
O
  breve período de existência da Comuna, seus erros táticos e sua derrota não
  reduzem a sua importância na história do movimento de libertação do
  proletariado. A experiência da Comuna e seus ensinamentos instrutivos
  desempenharam importante papel no desenvolvimento da teoria
  marxista-leninista, na história do movimento operário internacional, na
  preparação e realização da Grande Revolução Socialista de Outubro, com uma
  série de postulados importantes: confirmou a necessidade da destruição
  revolucionária do poder dos exploradores e da instauração da ditatuda do
  proletariado. a impossibilidade - nas condições de então - de tomar o poder
  sem insurreição armada. Demonstrou qu a classe operária não pode limitar-se a
  tomar em suas mãos e por em marcha a velha máquina estatal, mas que deve
  acabar com ela e substitui-la por uma nova. 
Os
  ensinamentos da Comuna de Paris demonstraram a necessidade de defender com as
  armas as conquistas da revolução, a necessiadade da tática ofensiva na guerra
  revolucionária, a inadimissibilidade de se mostrar debilidade e ingenuidade
  frente aos inimigos. 
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sábado, 16 de junho de 2012
REVOLUÇÃO PROLETÁRIA: comuna de Paris
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