Jornalista da Adital
Organizações
de paraguaios e paraguaias que vivem no exterior se manifestaram sobre a
situação política vivida em seu país. O consenso é pela não aceitação à
deposição de Fernando Lugo, a quem consideram o único presidente do Paraguai.
Como os meios de comunicação em favor do julgamento político, entidades,
organizações e sociedade civil se reuniram e construíram o site Paraguai
Resiste (http://paraguayresiste.com/)
Em
comunicado à opinião pública, os integrantes do Collectif Paraguay (França), Asociación Les
dentelles du nanduti (França), Asociación de Residentes Paraguayos en Austria (Arpa),
Asociación Virgen de Caacupe (Belgica), Comité de Deportes Belgica, Periodico
Rohayhu Paraguay (España), Associação Japayke (Brasil) e Asociación de
Paraguayos Residentes en Nerja (Espanha) se dizem indignados e preocupados com
a atitude dos deputados e senadores paraguaios e com o que ela pode acarretar.
"Comunicamos nossa preocupação
sobre as consequências internas e externas deste ato incompreensível impulsionado
pelos atores de uma política retrógrada e carente de toda autoridade moral por
seu negro passado de corrupção”, disparam.
As organizações também repudiam a
falta de argumento e de provas concretas que justificassem o julgamento
político de Fernando Lugo e apontam que esta foi a maneira encontrada para
barrar mudanças estruturais impulsionadas pelo governo de Lugo, como a
implementação do Imposto de Renda, a reforma no Judiciário, o direito ao voto
dos paraguaios e paraguaias residentes no exterior e o desbloqueio das listassábanas.
Humberto Salazar Jara, presidente
da Associação Japayke, com sede na cidade de São Paulo, no Brasil, complementa
o conteúdo do comunicado à opinião pública e assegura todo apoio ao presidente
deposto, quem considera o único mandatário do país por ter sido escolhido em
eleições, conforme previsto na Constituição.
"Para nós o que aconteceu foi um
golpe de Estado dado pelos donos do Paraguai, pois houve pouco tempo para Fernando
Lugo se defender. Nós só aceitamos Lugo no poder e para nós ele continua sendo
o presidente, o único presidente do Paraguai”, assegura.
Os paraguaios e paraguaias
residentes no exterior apoiam a decisão de Lugo de não aceitar sua deposição de
um cargo para o qual foi escolhido em eleições livres e democráticas. Diante
disso, asseguram que não vão esquecer o que aconteceu e pretendem, de seus
países de residência, organizar manifestações pacíficas para mostrar o
descontentamento com a violação da democracia no Paraguai.
De acordo com Humberto, as
manifestações já começaram. Ontem (25), entidades ligadas ao movimento
sindical, popular e estudantil promoveram um ato em frente ao Consulado do
Paraguai, em São Paulo, onde foi entregue um documento com o posicionamento das
organizações presentes, mostrando descontentamento com a atual situação vivida
no país vizinho.
Daqui
para frente, novas manifestações pacíficas devem acontecer. As organizações de
paraguaios e paraguaias residentes no exterior chamam a população de seu país a
não esquecer e a agir. "Encorajamos e apoiamos a todos os cidadãos paraguaios a
se manifestar de forma pacífica e a fazer frente a esta nova tentativa de
desestabilização para que se respeite a vontade popular”, encerram.
Adital
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